Paço & Compasso - 2.ª edição

No passado sábado, a Casa do Paço de Dalvares voltou a abrir as portas à cultura com mais um momento do ciclo Paço & Compasso. A noite reuniu música, arte e território num encontro sentido e cheio de identidade.
Hélder Alves abriu a noite a solo, ao saxofone, num registo envolvente que soube habitar o silêncio e a pedra do lugar com uma presença delicada e expressiva. A sua interpretação foi ponto de partida para três encontros musicais distintos, cada um com a sua textura e personalidade. O primeiro diálogo fez-se com Joaquim Caineta ao violoncelo, num momento de introspeção e profundidade, seguiu-se Tiago Santos, na tuba, com uma presença sólida e inesperadamente lírica e, por fim, Miguel Fialho, com o clarinete, encerrando a noite musical com leveza e cumplicidade.
A música dialogou com a imagem, através da exposição “Ecos de Tarouca”, da autoria de Paulo Chaves, um conjunto de registos visuais que percorrem recantos da região com um olhar atento, depurado e sensível, bem como com a eloquente declamaçao poética de Ana Borges, que convidou os presentes a emergir no cativante mundo da fotografia.
Cada fotografia, mais do que mostrar paisagens, revela fragmentos da alma de um território que se deixa descobrir devagar. Durante o evento, o fotógrafo fez uma breve palestra sob o tema “Fotografar o Silêncio”, onde revelou as motivações, escolhas e sensibilidades por trás do seu olhar. Um momento de escuta e reflexão que preparou o olhar para a delicadeza das imagens expostas.
Para o Vice-Presidente da Câmara Municipal de Tarouca, José Damião, este ciclo de momentos culturais “é uma afirmação do que somos enquanto território criativo, feito de pessoas com talento, sensibilidade e uma ligação profunda à sua terra. É um orgulho ver artistas tarouquenses a partilhar o seu trabalho com esta qualidade e entrega, e perceber que temos, em Tarouca, todas as condições para continuar a fazer cultura com identidade, sem precisarmos de fórmulas importadas. É isto que queremos valorizar.”